A Hora do Banho
Cidelinda é uma comédia musical irreverente que conta a história de uma menina aos quatro anos
e toda a sua fase de crescimento, morte e vida além da morte.
O momento desta foto é de grande importância para essa mocinha, nada modesta, que vai se casar e está se preparando para o grande momento. Logo após seu banho e as tentativas “dolorosas” de pentear os cabelos e depilar as sobrancelhas, as amigas chegam para ajudá-la. A cena se passa ao som da música “Tão Feliz”, uma adaptação de Bibi Ferreira em Minha Querida Lady, versão brasileira de My Fair Lady, e conta toda a trajetória de sua investida em um casamento sólido e feliz, mas que, infelizmente, não acontecerá, pois ela será abandonada no altar. Porém, existe essa parte alegre e divertida das amigas contando o que farão e Cidelinda, cheia de orgulho, relatando seus planos e esperanças para ter o futuro que supostamente toda mulher sonhadora gostaria de ter.
Nessa coreografia, com a qual obtive uma experiência inestimável, principalmente porque todas as “meninas” estavam juntas, eu me divertia muito no momento em que uma das amigas, no caso a Lupe (minha querida Lupita), tentava pegar em meus peitos. Às vezes, poderia passar despercebido pela plateia, mas havia ali um humor sexual, de sensibilidade ao tato.
Em 1986, em uma das apresentações de Cidelinda no Teatro Goiânia, tivemos a presença do diretor da Globo, Wolf Maia, que logo se encantou pela peça. Convidados para irmos ao Rio de Janeiro remontar a peça com sua direção, Fábio Marques, Henrique Rodovalho, Valéria Figueiredo e eu nos arriscamos nessa grande aventura. Chegar a uma cidade nova, longe da família e dos amigos, tem seus desafios, e os nossos foram muitos. A peça não foi terminada por motivos que desconheço, e cada um traçou seu destino separadamente, mas sem abandonar o teatro ou a dança.
Acabei ficando no Rio, me casei, tive duas filhas lindas e continuei ligada à arte da interpretação através da dublagem e do canto coral. Abandonei a carreira de bailarina por um problema nos joelhos, mas sigo como tradutora e professora de técnica de tradução para dublagem, outra profissão que amo muito.
Enfim, Cidelinda foi meu momento de estrelato e, ao mesmo tempo, de muita felicidade, cumplicidade, companheirismo de todos. Inesquecível, assim como todos os meus amigos que tanto amo, admiro e respeito.
“Uma comédia musical irreverente que conta a história de uma menina aos quatro anos e toda a sua fase de crescimento, morte e vida além da morte.”
Grupo independente que surgiu em 1985, dirigido e coreografado por Fábio Marques. Trouxe uma linguagem lúdica e debochada, dialogando com a música, o teatro, a mímica e a dança. Encerra suas atividades no ano seguinte.