“Uma das fortes marcas do processo de criação foi o papel relevante de pesquisa e experimentação das possibilidades.”
A Valux foi uma companhia independente de dança contemporânea, fundada e dirigida pela bailarina e coreógrafa Alessandra Rosa Valle, com atuação em Goiânia no período de 1997 a 2002. A proposta surgiu do desejo de se fazer dança em um cenário ainda incipiente de grupos engajados na produção, com linguagem contemporânea, e muito encorajadora, por conta do destaque e do reconhecimento nacional da Quasar Cia. de Dança, radicada na cidade.
Uma das fortes marcas do processo de criação foi o papel relevante de pesquisa e experimentação das possibilidades de relação entre música e movimento. A Valux, apesar de ser um grupo pequeno, realizou diversos trabalhos com composições musicais originais e exclusivas, explorando tanto a dimensão estético-formal como os temas voltados para abordagens transversais na relação entre dança e outras artes, como o minimalismo da música de Philip Glass (nas peças Gênesis e Como no Princípio), os dispositivos narrativos e a montagem oriundos da Literatura e do Cinema (na peça HQs) e das Artes Visuais (na peça Território).
A técnica desenvolvida incorporava desde o início as fontes de matrizes diversas e a realização dos processos experimentais, associados a uma produção contínua, que atingiram com o tempo uma maturidade de composição coreográfica que assinalava os primeiros traços de um estilo próprio. O primeiro espetáculo, Desculpem-nos pelo Transtorno, foi apresentado no Teatro do Centro Cultural Martim Cererê, como resultado de dois anos de trabalho intenso.
Em 2001, com apoio da Lei de Incentivo do Município de Goiânia, a Valux deu um salto qualitativo na produção e na pesquisa, tendo realizado, no intervalo de pouco mais de um ano, três importantes obras que sinalizaram a conquista de um nível de atuação profissional. Foram produzidos, nesse período, os espetáculos Estudo para Espaço, Oito Movimentos e Suíte nº 1, todos derivados do aprofundamento transdisciplinar com a Música e as Artes Visuais, principalmente na reflexão sobre a percepção do tempo e na renovação da técnica de composição com métodos de improvisação e de contato-improvisação.
A formação mais fixa do grupo, nos primeiros anos, contou com bailarinos como Júlio Rodrigues, Robson Barreto, Ziza Gleybe e Ellen Amaral. E, também, teve uma participação transitória de Eurim Pablo, Luciana Ribeiro, Sacha Witkovski, Juliana Campos, Edson Arantes, Paulo Henrique e Jannely Nunes. A coreógrafa Alessandra Rosa Valle atuou ocasionalmente como bailarina e esteve na direção da companhia em todo seu percurso.
O trabalho intenso de formação, produção e atuação ativas e constantes do grupo na cena da dança goianiense nesse período, apresentando obras cada vez mais elaboradas, no sentido de atingir a profissionalização, garantiu à Valux um lugar de destaque na dança contemporânea de Goiânia durante sua trajetória.
Fundada e dirigida pela bailarina e coreógrafa Alessandra Rosa Valle. Foi um grupo independente de dança contemporânea que atuou em Goiânia no período de 1997 a 2002. Pesquisou as relações entre música e movimento e o diálogo transdisciplinar com as artes visuais.